Rolex Reference 1600 vs 1601 vs 1603: comparação de ícones

Principais estatísticas e diferenças

Eis um resumo rápido antes de mergulharmos na história, nas especificações, nos materiais, nas cores e no valor de cada um.

História e origens

Rolex Datejust referência 1600: Minimalista

Lançado por volta de 1960, o Datejust com a referência 1600 reduz o Datejust ao essencial. A mesma caixa Oyster de 36 mm e a data Cyclops, mas com uma luneta em aço polido e suave para um estilo puro e discreto. O mais interessante no 1600? Podes optar pela bracelete Oyster dobrada ou pela Jubilee dobrada. Ambas são superconfortáveis, mas a Jubilee tem um toque especial.

Rolex Datejust referência 1601: O Arquétipo

Início dos anos 60, bracelete Jubilee, luneta canelada em ouro, mostrador "pie-pan". A referência 1601 é o Datejust que a maioria das pessoas tem em mente. Faz a ponte entre o desporto e o clássico, disponível em aço com ouro branco, bicolor (ouro/aço) e ouro maciço, muitas vezes com os mostradores mais requintados do trio. É um dos relógios vintage mais procurados, especialmente por quem se está a iniciar neste mercado. Não é de admirar, com aquela luneta em ouro branco.

Rolex Datejust referência 1603: o rebelde de aço

Apresentado em 1960, o Datejust 1603 manteve a caixa em aço, mas adicionou uma luneta em aço com padrão guilloché: texturizada, desportiva e mais "tool watch" do que o canelado em ouro. Menos popular do que o 1601, mas produzido em grande número. Continua a ser uma escolha discreta com um charme robusto e um bom valor.

Anos de produção e evolução técnica

A família 16xx chegou por volta de 1960 e permaneceu em produção até ao final dos anos 70, com alguns exemplares a serem vendidos até ao início dos anos 80. O 1600, com a sua luneta lisa, foi produzido aproximadamente de 1960 a 1977. O 1601, com a sua luneta canelada em ouro instantaneamente reconhecível, teve a produção mais longa, estendendo-se de cerca de 1960 a 1981 e superando os seus irmãos por alguns anos. O 1603, o rebelde em aço com padrão guilloché, manteve-se no mercado de cerca de 1960 a 1978. Mesmo após o fim oficial da produção, exemplares não vendidos continuaram a sair das vitrinas dos revendedores até ao início dos anos 80, o que significa que não era invulgar ver um 16xx "novo" no pulso, anos após o término oficial da produção.

Os três começaram com o Calibre 1565 (18.000 vph) e, em meados dos anos 60, passaram para o Calibre 1575 (19.800 vph): uma taxa de oscilação mais elevada para segundos mais suaves e maior precisão. Em 1972, a Rolex introduziu o "hacking seconds", uma funcionalidade que faz com que o ponteiro dos segundos pare quando se puxa a coroa. Pode parecer algo insignificante, mas para quem precisa de sincronizar com um relógio de referência ou acertar a hora com precisão militar, foi uma mudança de jogo.

Data rápida? Ainda não. Isso viria com a série 16xxx de 5 dígitos no final dos anos 70, juntamente com o novo Calibre 3035. Até então, a mudança de data à meia-noite era instantânea, mas qualquer ajuste implicava muitas voltas à coroa.

Tamanhos de caixas, materiais e personalidade

A mesma estrutura em todos os modelos: caixa Oyster de 36 mm, furos nas asas, coroa de rosca, cristal acrílico (plexiglass) com a lupa Cyclops sobre a data. Originalmente, eram classificados para 100 metros, embora os exemplares vintage de hoje em dia mereçam, na melhor das hipóteses, um mergulho cauteloso.

O 1600 era maioritariamente fabricado em aço inoxidável, com a sua luneta lisa e polida caraterística. Existiram versões Rolesor em aço e ouro, mas estão longe de ser comuns, e os exemplos em amarelo sólido(1600/8) ou em ouro/aço são ainda mais difíceis de encontrar.

O 1601 era o camaleão do trio em termos de materiais. A maioria era em aço inoxidável com uma luneta canelada em ouro branco(1601/4), mas as versões bicolor em ouro amarelo/aço(1601/3) eram muito populares, e as versões em ouro rosa/aço surgiam em números muito menores. Também existem peças totalmente em ouro amarelo(1601/8), ouro branco(1601/9) ou ouro rosa(1601/5), com o ocasional Rolesor em ouro rosa a aparecer para manter os colecionadores de olhos bem abertos.

O 1603 seguiu a fórmula totalmente em aço do 1600, mas trocou a sua luneta de aço com padrão guilloché. Também foram produzidas variantes Rolesor que combinavam aço com ouro amarelo, embora seja mais raro encontrar uma hoje em dia.

Qual a bracelete a escolher? Os três estavam disponíveis com braceletes Jubilee ou Oyster, mas não as Jubilees com elos maciços que vemos nos Rolex modernos. Eram as braceletes vintage com elos dobrados, mais leves no pulso e com um pouco mais de folga, o que faz parte do charme para os puristas. A Jubilee era de longe a escolha mais comum em toda a família 16xx e era o parceiro natural do 1601, enquanto o 1600 e o 1603 eram um pouco mais propensos a aparecer com a Oyster mais desportiva. Embora hoje em dia vejas muito mais Jubilees no mercado, as Oyster com elos dobrados e com as peças terminais corretas eram uma opção perfeitamente normal na época. São apenas mais difíceis de encontrar agora, e é por isso que raramente aparecem no mercado cinzento.

Em raras ocasiões, um 1601 em ouro maciço sairia da fábrica com uma bracelete President, uma configuração muito menos comum do que no Day-Date , mas inegavelmente majestosa quando encontrada.

Atualmente, muitos exemplares aparecem com pulseiras de couro, quer seja uma escolha de um colecionador para uma estética diferente, quer simplesmente porque a bracelete original se desgastou ao longo de décadas. Estes relógios com pulseiras podem ser comprados por um pouco menos do que os seus equivalentes com braceletes completas.

Mostradores e variações

Na minha opinião, a diversão começa aqui. As cores padrão são o prateado, o champanhe, o preto, o azul e o cinzento, muitas delas com o adorado perfil em forma de tarte: uma ligeira inclinação em direção ao anel do capítulo que acrescenta profundidade e jogo de sombras.

Depois, há os mostradores coleccionadores:

• Mostrador de linho: uma textura tipo tecido que dança com a mudança de luz. Pode ser encontrado em prata, cinzento e champanhe.
• Mostrador Sigma: minúsculas marcas σ a flanquear o "Swiss" às 6 horas, assinalando marcadores de horas e ponteiros em ouro.
• Mostrador Tropical: Tons envelhecidos pelos raios UV que se transformam em castanhos quentes. Podem ser encontrados todos os tipos de padrões.
• Mostrador Buckley: algarismos romanos pintados e ponteiros a condizer, presentes principalmente na ref. 1603.
• Mostrador dourado: originalmente preto, mas com o tempo muitos desvaneceram para um castanho quente com tons dourados e pequenas manchas, criando o procurado aspeto dourado que é quase impossível de encontrar em perfeitas condições.

O 1601 apresentava as opções mais luxuosas, incluindo marcadores com diamantes e mostradores com pedras raras como lápis-lazúli, malaquite ou olho de tigre (normalmente em caixas de ouro maciço). O 1603 usava frequentemente tons mais temperamentais e estilos de índice mais arrojados, enquanto o 1600 mantinha as coisas despojadas e clássicas.

Tendências de preço e valor

Quando se trata de valor, o estado de conservação e a originalidade são os fatores mais importantes. Mas a raridade do mostrador também pode influenciar os preços. Os números abaixo mostram as gamas de preços de mercado típicas para exemplares em bom estado, com o prémio para mostradores especiais a refletir o valor extra que os colecionadores estão dispostos a pagar por configurações como mostradores de linho, sigma, tropical ou de pedra rara nas referências 1601 em ouro.

Estas são apenas diretrizes gerais. Claro que existem casos atípicos e especiais.

Fatores que influenciam o preço:

• Mostrador, ponteiros, luneta e bracelete originais
• Estado da caixa e pátina
• Configurações raras (linho, sigma, tropical, dourado, mostradores em pedra)
• Conjunto completo com caixa e documentos

A melhor escolha do trio?

Em termos de investimento, diria que um 1601 combinado com um mostrador fantástico (linho, sigma ou um tropical bem envelhecido) tem demonstrado historicamente a maior valorização. Estás a adquirir o aspeto arquetípico do Datejust, mais uma camada de colecionabilidade que o mercado recompensa de forma consistente.

Se estivesse à procura de outro Datejust vintage sem limite de orçamento, escolheria sem hesitar um 1601 com um mostrador de linho. Sem dúvida. Já tenho um 1601 de 72 do primeiro lote com "hacking seconds" e adoro-o. A textura do linho, a forma como se move e capta a luz, continua a atrair-me. No entanto, o 1603 também tem o seu charme discreto. A luneta com padrão guilloché não recebe o mesmo apreço, o que a torna a casa perfeita para um mostrador preto dourado, se quiseres passar despercebido. Escolher entre eles não é fácil, mas é o tipo de dilema que os colecionadores apreciam.

Usabilidade

Os três partilham a mesma caixa Oyster de 36 mm, pelo que, em teoria, assentam da mesma forma. A diferença está no carácter que cada um transmite. A escolha da bracelete desempenha um papel importante: a Jubilee é puro conforto, a Oyster é versátil. Não consegues decidir-te? Se o orçamento o permitir, os três juntos ainda ficam mais baratos do que um Datejust 36 moderno.

O projeto dos Datejusts modernos

O 1601 é, em muitos aspetos, o pai dos Datejusts. É verdade que o primeiro modelo surgiu em meados dos anos 40, mas este é o relógio que realmente colocou a Rolex no mapa. Coloca um DJ36 moderno com um mostrador prateado ao lado de um 1601 vintage e, à exceção do movimento, da data de configuração rápida e de uma caixa ligeiramente mais grossa, são quase gémeos. O 1601 tornou-se a base para os modelos atuais, como as variantes em aço/ouro branco 16234, 116234 e 126234, mas também para os Rolesor em ouro amarelo e Everose que se seguiram. O 1600 abriu caminho para as referências com luneta lisa, como o 116200 e o 126200 e os outros tamanhos com luneta lisa, enquanto a linhagem direta do 1603 se limitou ao 16030 e ao 16220.

1600 vs 1601 vs 1603 resumo

Uma breve descrição:

• 1600: discreto, todo em aço, o Rolex vintage perfeito para o dia a dia.
• 1601: o arquétipo, especialmente em aço/ouro/aço branco com um mostrador espetacular.
• 1603: escolha discreta com textura; geralmente um melhor negócio do que o 1601.

Pensamentos finais

O mesmo movimento. O mesmo tamanho de caixa. O mesmo ADN Rolex. No entanto, as três referências vintage do Datejust não podiam ser mais diferentes em termos de estilo. Quer se sinta atraído pelas linhas simples do 1600, pelo brilho intemporal do 1601 ou pela elegância do aço do 1603, está perante uma fatia da história da Rolex que se veste tão bem hoje como há cinquenta anos.